Em nosso primeiro post desta série, tentamos realmente elucidar as diferenças entre plágio e similaridade, ao mesmo tempo em que posicionamos a Turnitin no âmbito da similaridade. Se você não leu esse post, vale a pena conferir, mas aqui vai um breve resumo: Similaridade não é o mesmo que plágio, e a Turnitin não detecta plágio.
Tendo isso dito, milhões de usuários em todo o mundo estão interagindo com o Relatório de Similaridade da Turnitin, por isso é importante entender o que é, e como aproveitar seu potencial para atingir as metas de ensino. Sabemos que há muitas perguntas sobre como exatamente a similaridade e o Relatório de Similaridade impactam a prática em sala de aula; neste post, nos aprofundaremos nos detalhes disso, analisando algumas das perguntas mais frequentes dos educadores.
Perguntas sobre os impactos em sala de aula Quanto é uma pontuação de similaridade boa/ruim?Esta é a PRINCIPAL pergunta que todas as pessoas que trabalham na Turnitin ou com a Turnitin receberam repetidamente e sobre a qual ainda há muito debate. De nossa perspectiva, porém, a resposta é bem simples: não há pontuação de similaridade boa ou ruim, não há um número mágico. A pontuação deve ser interpretada no contexto. 0% de similaridade não é intrinsecamente bom nem ruim, muito menos 30%, ou mesmo 80%. Existem detalhes contextuais que um EDUCADOR (não o software) deve aplicar a esse número para tomar uma decisão bem pautada sobre exatamente o que está acontecendo no trabalho enviado pelo aluno e quais devem ser os próximos passos apropriados que se devem seguir.
Alguns dos detalhes contextuais:
- Tamanho da tarefa
- Solicitações específicas da tarefa (por exemplo, você solicitou x números de fontes a serem citadas?)
- Gênero textual (dica: alguns gêneros realmente se apresentam com um nível mais alto ou mais baixo de similaridade)
- Nível de desenvolvimento do escritor
- Nível de domínio dos alunos com integração de pesquisa/evidência, como resumir, citar e parafrasear
- Oportunidades de ter feedback e fazer revisão.
- Nível de conforto do aluno com uma citação apropriada.
É complicado, mas o primeiro passo deveria ser considerar os fatores citados acima. Cada um desses elementos influencia a determinação final.
Uma vez que os educadores considerem esses elementos, há algumas dicas adicionais importantes:
- Defina um intervalo, não uma única “pontuação de corte” ou “limiar”. Observando esses fatores acima, os educadores podem perceber rapidamente que não se tratam de problemas fáceis de quantificar com precisão. Haverá alguma subjetividade, e um intervalo é muito mais capaz de responder a uma “área cinzenta” do que uma única trilha.
- Estabeleça o intervalo por tarefa. Essas considerações também devem mostrar rapidamente aos professores que eles não podem escolher um número universal, ou mesmo um intervalo porque os detalhes contextuais variam de acordo com as tarefas. O gênero pode mudar, o que pode alterar os requisitos; com o tempo, os alunos devem ter mais prática, o que afetará as expectativas de proficiência, etc. Faça um favor a si mesmo e determine o intervalo caso a caso. Um número não negociável e descontextualizado vai criar muitos problemas, e o menor deles é minar a confiança dos alunos na equidade da medida.
- Considere o conceito de “similaridade esperada” , especialmente no que se refere a esses detalhes contextuais específicos da tarefa. A similaridade esperada é o nível de similaridade que deve ocorrer, com base em fatores como o gênero da escrita, as demandas específicas da tarefa/atividade e a duração. Ela também é impactada pelo número de fatores contextuais que discutimos no início deste blog. Por exemplo, se os alunos tiveram pouca instrução ou prática com a integração efetiva de evidências em sua escrita, mas a tarefa exige isso deles, o nível de similaridade esperado deve aumentar.
- Confira as normas da instituição e trabalhe para que haja alinhamento. Não é favorável aos alunos se um conjunto de expectativas estiver muito fora de sincronia com o restante da instituição. Pode haver uma política em vigor que deve ser considerada ou pode ser necessário avaliar como estão as expectativas se comparadas a professores anteriores OU futuros. DICA: Se a política institucional em vigor estabelece um limite firme, considere conversar com os administradores e compartilhe algumas de nossas dicas aqui para verificar se uma política mais justa e apropriada pode ser implementada, mantendo os alunos em altos padrões em relação à Integridade Acadêmica.
Aqui, mais uma vez, não há apenas uma única resposta, mas há alguns passos para seguir, não necessariamente sempre na mesma ordem:
- Converse com o aluno. Uma importante fonte de dados é o próprio aluno como escritor. Tente determinar com eles porque a pontuação é tão alta; considere perguntar sobre seu processo. Desenvolvemos alguns recursos que podem ser úteis nessas situações. Confira nosso blog “Fortalecer a confiança entre aluno e professor para garantir a Integridade Acadêmica”, juntamente com os "Como aproveitar o poder da nossa nova comunidade educacional".
- Dê um passo para trás e considere todos os detalhes contextuais sobre os quais falamos antes e determine se algum deles pode estar influenciando a situação.
- Se ainda parecer haver um problema, considere a questão da intencionalidade; talvez este seja um caso de déficit de habilidade. Em caso afirmativo, tente determinar onde está o ponto fraco para que um caminho instrucional possa ser seguido.
- Se a situação continuar sem clareza, considere utilizar as ferramentas da Turnitin como o nosso recurso de Sinalizadores que pode ajudar a descobrir atos intencionais.
- Por fim, independente do resultado da investigação, reserve algum tempo para perguntar se algo poderia ser feito de forma diferente da próxima vez. Ao conversar com professores de todo o mundo, eles geralmente relatam que gostariam de ter tomado algumas medidas proativas que poderiam ter mudado o resultado. Um passo simples que ouvimos com frequência é que os professores esperaram até que o produto final chegasse para verificar o progresso; ao estabelecer pontos de verificação ao longo do caminho, ajuda-se o aluno a gerenciar seu tempo e muitas vezes é possível evitar algumas das situações que resultam em comportamento problemático.
Esta é uma decisão que jamais tentaremos tomar para os professores. Tal como acontece com tantos elementos de ensino e aprendizagem, existem muitas variáveis e muitas informações que simplesmente não temos para substituir o julgamento especializado de um professor naquele momento.
Há, entretanto, alguns fatores para se considerar e que podem ser úteis:
- Comportamento passado - esse tipo de fato aconteceu antes? Quais passos já foram tomados?
- Instrução - há uma base sólida de instrução explícita sobre plágio, integridade acadêmica, citação, paráfrase, etc., na qual o aluno deveria poder confiar para conhecer melhor e ter as habilidades para fazer uma escolha diferente
- Intencionalidade - Para muitos professores, o grau de intenção faz uma grande diferença em como eles veem e respondem à situação
DICA PROFISSIONAL: Confira este whitepaper que mostra como transformar um incidente de má conduta em “momentos de aprendizagem”.
O que os professores podem fazer para prevenir o plágio ANTES que ele aconteça?Muitas das discussões anteriores abordaram esse assunto e, como vários aspectos da Integridade Acadêmica, esse envolve algumas nuances. No entanto, temos um conjunto COMPLETO de materiais para ajudar os professores a enfrentar esse desafio. Nossos conteúdos, incluindo webinar, eBooks, infográficos e whitepapers são recursos que podem ajudar instituições ou professores individualmente a estabelecer uma cultura de integridade acadêmica em suas salas de aula e fornecer instruções diretas que garantirão que os alunos realmente entendam o que podem e o que não podem fazer.
A ideia mais importante a ser lembrada desta série sobre o Relatório de Similaridade e todos os produtos da Turnitin é que eles não devem ser usados isoladamente, sem contexto. Ao invés disso, a pontuação é um item de dados, que faz PARTE de um quadro maior, cheio de nuances e variáveis que só podem ser verdadeiramente compreendidas aplicando o conhecimento e a experiência dos professores. O Relatório de Similaridade, embora útil e robusto, tem suas limitações. E como sabemos que a semelhança NÃO é plágio, também sabemos que os professores podem e devem usar o Relatório de Similaridade e outras ferramentas da Turnitin com sabedoria para aumentar, mas não substituir, seu próprio julgamento para ajudar os alunos em suas jornadas de aprendizado.